sábado, 13 de junho de 2009

O comboio descendente

No comboio descendente

No comboio descendente
Vinha tudo com pentes
Uns por verem rir os outros
E os outros sem dentes

No comboio descendente
De Queluz até sementes.

No comboio descendente
Vinham todos drogados
Uns calados para os outros
E os outros envenenados

No comboio descendente
Da Cruz-Quebrada aos Fados.

No comboio descendente
Mas que risada
Uns dormindo outros com sono
E os outros à cabeçada

No comboio descendente
De Palmela à Ramada.

David


No comboio descendente
Vinha tudo a ler
Uns por verem rir os outros
E os outros a escrever

No comboio descendente
De Queluz a Beber.

No comboio descendente
Vinham todos a roer
Uns calados para os outros
E os outros a ver

No comboio descendente
Da Cruz-Quebrada a Comer.

No comboio descendente
Mas que grande algazarra
Uns dormindo outros com sono
E os outros com a cigarra

No comboio descendente
De Palmela a Guitarra.

Maura


No comboio descendente
Vinha tudo na panela
Uns por verem rir os outros
E os outros a comer mortadela

No comboio descendente
De Queluz à Daniela.

No comboio descendente
Vinham todos a comer
Uns calados para os outros
E os outros a morrer

No comboio descendente
Da Cruz-Quebrada a Morder.

No comboio descendente
Mas que grande ratinho
Uns dormindo outros com sono
E os outros com dinheirinho

No comboio descendente
De Palmela ao moinho.

Guilherme


No comboio descendente

No comboio descendente
Vinha tudo à palhaçada
Uns por verem rir os outros
E os outros sem fazer nada

No comboio descendente
De Queluz à Ramada.

No comboio descendente
Vinham todos à gargalhada
Uns calados para os outros
E os outros à cabeçada

No comboio descendente
Da Cruz-Quebrada a uma cidade desmanchada.

No comboio descendente
Mas que grande acção
Uns dormindo outros com sono
E os outros com muita educação

No comboio descendente
De Palmela ao meu coração.

Rita



No comboio descendente

No comboio descendente
Vinha tudo à panelada
Uns por verem rir os outros
E os outros à bananada

No comboio descendente
De Queluz à Ramada.

No comboio descendente
Vinham todos à morcela
Uns calados para os outros
E os outros à cancela

No comboio descendente
Da Cruz-Quebrada à Bela.

No comboio descendente
Mas que salvação
Uns dormindo outros com sono
E os outros com comichão

No comboio descendente
De Palmela a Olhão.

Luís



No comboio descendente

No comboio descendente
Vinha tudo à marmelada
Uns por verem rir os outros
E os outros por nada

No comboio descendente
De Queluz à Apagada.

No comboio descendente
Vinham todos à porta
Uns calados para os outros
E os outros na horta

No comboio descendente
Da Cruz-Quebrada à Morta.

No comboio descendente
Mas que rapidez
Uns dormindo outros com sono
E os outros falam chinês

No comboio descendente
De Palmela até Vez.

Diogo



No comboio descendente

No comboio descendente
Vinha tudo contente
Uns por verem rir os outros
E os outros a dar ao dente

No comboio descendente
De Queluz até Luzmente.

No comboio descendente
Vinham todos com a Daniela
Uns calados para os outros
E os outros com a cadela

No comboio descendente
Da Cruz-Quebrada à Pimentela.

No comboio descendente
Mas que confusão
Uns dormindo outros com sono
E os outros ao pé do comilão

No comboio descendente
De Palmela até Canção.

Daniela e Beatriz

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